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A antiga Meroë e o Templo do Leão

  • http://claudio-zeiger.blogspot.com.br/
  • 11 de mai. de 2016
  • 2 min de leitura

Há centenas de quilômetros ao sul da esfinge de Giseh no Egito existe a Nubia, atualmente chamada Sudão.

O templo do Leão, construído por Arnekhamani (235-218), mostra o perfil do soberano e o de seu filho Arkameni (218-200), seus costumes, as insígnias e os ornamentos que nada devem aos modelos egípcios.

Apedemek, "o senhor do poder real" era um leão, deus núbio, e no seu templo em Naqa, existe um alto relevo mostrando esse deus sendo adorado pela família real. Os reis sentavam-se sempre em tronos de leão.

Nos entalhes desse templo podem se ver os inimigos do rei sendo subjugados e algumas vezes devorados por leões.

Constatou-se que leões eram mantidos no templo, como símbolos vivos de Apedemek. Uma pesquisa revelou que o culto de Sekhmet, antiga deusa leoa egípcia, foi introduzido no Egito pelo Sudão. Questionam-se quais seriam os mistérios escondidos e desconhecidos nesses locais da civilização Nubia.

O leão nos tempos antigos também era considerado um sinal de sabedoria. O rei Salomão era simbolizado às vezes como um leão. No Livro dos Reis (10: 19-20) ha uma descrição sobre o seu trono: “Seu trono tinha seis degraus, e o seu topo era arredondado, e os braços eram apoiados sobre dois leões. Doze leões ficavam lado a lado sobre os seis degraus, não havia nada igual em reino algum”.

O rei era o emissário do sol, simbolizando luz, verdade, regeneração, e um deus de fertilidade.

Essas divindades representadas nos muros do templo, como o deus Sebiumekar, exclusivamente meroítico, Apedemak, o deus nacional leonino, ou ainda o deus Amon, sob a forma de um carneiro tricéfalo, indiscutivelmente se afastam do panteão e da iconografia puramente egípcios.

Além disso, um relevo do templo mostra um elefante de guerra atrás de uma fileira de prisioneiros acorrentados e ajoelhados, presos pelo pescoço e com as mãos atadas às costas, o que confirma o relato do historiador grego Flavius Arrien (século 11) destacando o uso bélico desses paquidermes na Etiópia e na índia, utilização adotada pelos Ptolomeus e por Cartago.

Também sem paralelos egípcios são essas estátuas em tamanho natural de elefantes-guardas dispostos na entrada da sala hipostila do templo.

Este último, construído no centro do quarteirão cercado pela Grande Muralha, distingue-se também dos templos egípcios pela originalidade de seu plano e pelas técnicas utilizadas.


 
 
 

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